sábado, 23 de agosto de 2008

Minha primeira vez enquanto mensageira de óbito. Ainda estou em suspensão. O grito lanscilante da interna ecoou por horas em meu interior. A bem da verdade, ele empregnou a minha manhã de incertezas, ou melhor, de certezas sobre a finitude. Na tentativa de suportar a dor, simulei a imagem que nenhuma mãe deseja ver. Mais mórbido que isso possa parecer, brinco com minha dor, a subestimo, para que um dia ela não me destrua. Sempre foi assim. Mas não sei se isso funciona.

Quem teve culpa?
O outro, quando estou insano pela dor. Sem meu chão, sem amparo. Eu, quando não me alivia odiar o outro.

E mesmo depois de muito jóio e pouquissimo trigo, muita insensibilidade e quase nenhuma empatia, concordo com a "pérola" revelada naquele momento como "predestinação". Sim, é uma desesperada necessidade de conforto (quem não precisaria disso numa hora dessas???), embora também acreditar nela seja voltar a culpar/atribuir ao outro, ou ao Outro, eventos que muitas vezes estiveram sob nosso controle.

É verade que há acontecimentos que mudam todo o processo onde estamos inseridos. Mudam vidas por completo. Como meu trabalho e toda essa insdisposição entre "concursados" e "temporários". Como a perda de um filho e o grande vazio deixado pelo não mais existir.

E depois do inesperado, parece que só pode haver uma menssagem, supondo-se que há uma. Assimilar a mudança é imperioso. Mesmo que doa, mesmo que te leve rumo ao desconhecido. E o que me consola é que no desconhecido pode haver felicidade.








"Para uma alma que não conhecerei"















segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Melissa - All star

A Persona casou-se. E foi lindo, como todo casamento merece ser. Os amigos, as famílias e boa parte do mundo dela e do Richard estava presente.

Na verdade, vê-la subir ao altar, os sorrisos plenos e com amor só foi a coroação do dia. Nos construimos, rimos e tiramos maior sarro da tão decesiva hora que a guardava. E os nossos sorrisos também forão plenos. Chegamos juntas onde nem poderiamos supor, há alguns anos atrás. Um casamento, 1 filho, outro a caminho e vai saber lá mais o quê daqui pra frente.


Filmei cada gesto, cada suspiro (e até as fungadas - oh hábito maldito, amiga!!!) que ela deu ali, de joelhos, com olhos de admiração; com toques de admiração por ele, pelo o que construiram até aquele justo instante. Nunca vi minha amiga tão linda, e não apenas porque enfim a vi maquiada como uma diva. Era a certeza e o amor que lhe fizera assim, iluminada


Eu que sempre choro em casamentos (ok, admito, sou 100% piegas) nesse contive-me. Não só por desejar preservar minha make-up "carerrima", afinal ficaria para posterioridade a cara borrada da madrinha, mas principalmente porque era necessário guardar as imagens de forma límpida, com brandura mas filhas da, novamente, certeza.


O todo é diferente da soma das partes. Já me disserem isso na tradição Humanista. Mesmo não entendendo essa afirmação na maior parte do tempo, acho que foi isso que presenciei ontem. Nada de brigas, nada de choro. Nada que podesse lembrar as horas de dor (física e psiquíca) que testemunhei ela sentir. E tudo que eles escreveram de ruim nesses últimos anosfoi transmutado. Foi sobre isso que nos dizia o celebrante. Vai ver testemunhamos a unificação de dois em um que, bem lembrado,não teve hora marcada pra começar.


A canção não acabou. Sherole (é assim que escreve???) foi só o ponto de partida. E mesmo depois da brancura, do all star, dos cristais e do tango, muito ainda de certo e errado há de passar por eles. Em mim, o mais importante de todo esse ritu foi ser lembrada por eles, acreditar, nem que por um segundo, que vale/valerá ser encontrada por essa força (ou alucinação coletiva?). O amor.