sábado, 25 de outubro de 2008

E espera.....

Mais um sábado à noite em casa. Isso me faz lembrar onde não queria estar. O que não queria sentir.
Estou esperando quem nunca vem . Alguém que nem sei se teria razões de voltar aqui.
E o filme lindo que vi, só me fez sentir mais auto-piedade, pena pela solidão.
As imagens conseguiram me levar a um quase cheiro. O toque no rosto. O roçar de barba que apenas machuca a imaginação.
Ai renovei minha promessa de que, na próxima vez, serei mais atenta, mas entregue a meu amor. A quem se apresentar como.
Não entendo porque me deixo ser vulnerável apenas às porções dolorosas do desejar.
Maldito e-mail. Bem ditas linhas. Porque me fez lembrar que render-se ao enamoramento - ainda que em sonho - é o que colori meus dias automáticos.


Mil "merdas" só para ver se apareces... E salva a noite. E salva os dias.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Tarde inaugural

Como é só estar se tornando mãe (ainda aos poucos) após quatro anos de ter parido?

Ainda não tenho resposta para isso. Talvéz (é quase certo) que eu a tenha, mas reconhecé-la é tão doloroso quanto parir, novamente.
O que mais me doeu, quando fazia terapia, foi descobri que até ali, eu tinha escolhido ser a filhinha da mamãe. E me mantinha assim, como qualquer outro ser que permanece no "erro", por que tal posição me assegurava benefícios. E que benefícios. Não precisava lavar, passar, cozinhar ou abdicar de muitos luxos, pequenos luxos, que as mães parecem não poder ter, por no mínimo nos dez primeiros anos de vida dos filhos. Soninho de beleza aos fins de semana, bebericar ou prosear com as amigas num fim de tarde, e por ai vai....

A principio parece que não houveram mudanças substanciais. Ainda hoje não preciso me preocupar com boa parte do trato com ele. E o trabalhar enlouquecido tem me dado álibe para isso. Pode até ser tudo isos e mais um pouco, mas hoje, hoje fui MÃE. Fui provedora, responsável, durona. E também, feliz, atenta e muito, muito carinhosa ( e receber beijinho com sabor de manteiga na ponta do nariz é bommmm).

Meu primeiro passeio a sós com meu filho. Precisei esperar 4 anos até me sentir pronta para isso. Precisei de muito choro, muita briga com o Genitor, muito trabalho e muita grana (nem tanta grana assim...rs) até chegar a tarde de hoje.

Minha avaliação é que nos saimos muito bem. Aprendemos a nos termos mais perto, sem terceiros que nos medie. No escuro do cinema, me permiti desligar tudo e só namorá-lo, comendo sua pipoquinha. Mesmo com aqueles óculos 3d rídiculos que só me deram dor de cabeça (e apreensão por achar que meu olho direito não estava "funcionando"), o momento jamais vai se perder. Não poderia ficar mais bem enquadrado.

A melhor parte do incofessável é que não fui movida por sentimento de culpa em função das farras e despesas pessoais. Foi só desejo de te-lo apenas pra mim. De ser apenas dele.

Estou um pouco mais no vermelho. Mas o que é o vermelho se não a cor da paixão. De um coração bem grandão, aprendendo ser, efetivamente, um coração de mãe.

E o passeio findou quando carreguei o principe da carruagem para minha cama. E não é que tinha um sorriso de satifasção no rosto adormecido dele?

Amanhã tem toda pinta de ser um dia mais completo... pra isso que a cada dia re-escrevo com o Victor.


Te muito, muitas coisas, mamaia. Inclusive, amo!
Letrinha do dia: "Há quanto tempo conheço você. Ou, há quanto tempo eu ainda vou precisar. Eu dependo do que não entendo. Eu pretendo apenas que você saiba que esse é meu amor"