quarta-feira, 23 de março de 2011

Choro, falta de ar e um banheiro

Ainda tremendo, acabo de fazer mais uma descoberta sobre mim: Sou claustrofóbica.
A ironia  é descobrir o quanto o confinamento é insuportável para minha natureza do lado da grade onde julgamos estar libertos.
Eu que tento convercer as minhas clientes do contrário, descobrir que parede pode engolir gente, sim!
Por isso, de hoje em diante, na cadeia, "xixi" só com a porta do banheiro aberta.

terça-feira, 22 de março de 2011

Uma nova primeira vez

Novamente carnaval.
Novamente, carnaval em Sampa. Tudo igual? Quase tudo diferente. Nem mesmo eu sou aquela introspectiva admiradora de prédios que temia ser engolida pela megalópole.
Hoje não espero alguem no aeroporto. Não espero ansiosamente quem queira me salvar de mim mesma.
Hoje sou uma que volta para onde tanto fui feliz. Volto para quem merece toda minha aflição em voar com tempo instável...
Fico tentando imaginar aqueles grandes olhos castanhos derramando felicidades sobre mim. Fico me prometendo ser mais atenta a todos os detalhes daquele lugar. De nós naquele lugar.Café, saguão, frio e coração rasgando o peito de ansiedade.
Se da primeira vez eu tinha poucas promessas, desta, quero mais é me perder na cidade com você. E falar assim já me lembra Roberto DaMatta comentando Jorge Amado (que desisti de ler por que se atreveu falar de quedas de avião. Não tenho saúde pra isso em meio a um vôo!!!). Eu que gosto tanto de "primeira vez", concordo com ele que esta reside em nosso poder de reivenção do estar no mundo diante das "mesmas coisas".
Foi assim que na primeira vez eu me dei pouco. Me poupei e poupei a cidade de me conhecer. Me poupei também para quem supunha ser importante. E voltei vazia, ainda que orgulhosa de uma tal autonomia afetiva.
A primeira vez seguinte liguei meu "vou pagar pra ver". E o investimento valeu cada centavo e o pulo sem rede de proteção. Cada noite mal dormida . Cada oração durnte um infindável voo. Tudo o que não nomeio mas que ainda rende em nos e capitaliza a especialidade do nosso encontro.
Dessa primeira vez nem sei o que (não) esperar. Ansiar para deitar na tua cama, senti o cheiro das miudezas que te constituem, deixar pistas no que tens de mais particular. Criado mudo, canção e mais café. E quem sabe também praça Por-do-sol, um pouquinho de Ibirapuera, chopp.. . beijos. roubados, consentidos, infinitos.

Vamos pousar. Afivelarei o sinto. Estou tão perto e nem sabes. Um pouco de surpresa para aquecer o coração. E nosso carnaval já pode começar..

MLJ
ETA