sábado, 31 de maio de 2008


"É o começo do fim. Ou é o fim???"
Partiria, se estivesse chegado. Me recolheria se ou menos tivesse ido em direção.
Mas ficou um gosto amargo de derrota por não se ser o ideal que só existe nos olhos de quem vê. Não em mim, não em você.
É preciso olhar mais atentamente, amar mais honestamente. Reconhecer o belo na fera, até mesmo se ele for o Corcunda. Quem não tem desvios????
Mas eu já esperava, porque meus sonhos duram o tempo de um relâmpago. Será que não são bem sonhados, acabados, definitivos, focados ou foi...
Que venha a próxima chance de relampiar neste céu que quase chora dentro de mim.

domingo, 25 de maio de 2008

Guarulhos-Val-de-Cans

Penso que podemos estar brincando demais com nossas vidas. Fazemos pouco caso das dores ditas superadas, das noites em que o sono não veio, dos dias em que um novo dia não se iniciou.

Depois de minimizar quase tudo que emana do que somos, nos atiramos numa falsa busca por uma certa salvação. Inventa-se novas formas de falar, ver e desejar. Inventa-se alegrias, interesses, paixões. Mas o botão desliga e o entorpecimento se extingüi. Outras caricaturas de doação precisam ser acionadas. Outras que possam fazer o caminho mais suportável. Pelo menos, é nisso que se acredita


Diz-se também querer amar, não apenas trepar. Mas a gaiola que nos aprisionou, começo a crer que nunca foi criação alheia. Jogamos - ainda tende-se a jogar - nossas chaves fora, nos entrelaçamos nas grades, resistimos até a última oportunidade em nos multiplicarmos no contato. Só pode ser verdade de que o inferno são os outros. Afinal, foram eles que não se sentiram casal.


Perguntar se alguém está pronto para flertar com o mundo la fora é querer esquecer da banalização de nossas queixas e solidão. E fazemos o não - ainda - nos cair muito bem.


domingo, 18 de maio de 2008

Blindada

E lá pelas tantas veio a pergunta - desnecessária pergunta- da qual todos os recantos de mim se desviam. "Então, você está blindada?"

Quando já me preparava para um explicação de efeito, daquelas que torna nossa inteligência uma entidade inconstetável, eu congelei o instante: Vale mesmo tentar escamoetear os neon garrafal em minha testa?

- É, gostei da minha mais nova definição. Blindada. Me confere força e austeridade, não achas?
[risos... de mim mesma, é claro]


Tenho mesmo que bater palmas, e de pé, para os meus amantes furtivos. Não sei se sou tão clichê ou eles, diante da minha perturbadora (?) profusão de dúvidas e certezas é que vão tendo insights e me ajudando, involuntatiamente, a me ver melhor. Abaixo à percepção turva, e daqui há um tempo, abaixo também ao disperdicio de energia...e você sabe, para um bom entendedor, meia frustração basta.

Digam a todos que ando por ai com minha roupa Prada de mais nobre blindagem. E o brilho dos metais nunca estiveram tão na moda por aqui. Eu estou na moda, ao menos.

Veja, não é meu interesse fazer apologia ao fechar de portas, nem ao menos considero esso meu melhor estado, mas, diante de tudo o que passou, desde a primeira noite de fossa pelo garoto da escola, fico me perguntando se não é melhor estar metálica a ser o patinho feio das emoções, que nunca - não ainda - acha os seus pares.


E não consigo me imaginar sem elas, as desculpas, que conto aos milhares, tentando justificar minha real falta de interesse em me dividir, me revelar para alguém. "Preciso mesmo ir ver meu filho. Viu, isso é uma das blindagens"

Interesante, diria irônico, é que quando menos quero, quando menos brilha os olhos, Eles tendem a me buscar. Parem, isso é uma falsa felicidade, não me serve de quase nada, a não ser me proporcionar pseudo-segurança, peseudo-interesse... pseudo-tesão.


As máscaras estão desbotando. O carnaval este ano nem chegou. E a urgência pela verdade tem deixado o azul-petróleo tão melancólico, como o daquele céu, do último quase-querer. Sem dúvida, é hora de mais vermelho, nem que seja também de dor.



sábado, 10 de maio de 2008

Equilibrando Pratos

Até quando os suportarei em seu sinuoso rodopio?
Os pratos que equilibro são inúmeros, nem sempre leves, nem sempre se prestam ao meu número. E vão cair...


Hora de acorda, hora de produzir, hora de viajar, hora de dormir. E depois?

Depois, tem ficado o sensação de "esqueci do que agora?"


Desacelerar é preciso. Dar conta de tudo e todos, também. Não é isso que chamam de vida moderna, novos papéis femininos?


Neste meio tempo de ausência da escrita (em mim, de mim e para mim) muitas possibilidades de novos pratos para equilibrar surgiram. Não estou bem certa se suportaria, se estou mesmo pronta para novos desafios. Não sei se os quero ou só finjo querer. Apenas que sei.


Não posso simplesmente jogá-los no chão, nem tampouco exíbi-los. Ainda não domino tal técnica. É preciso relembrar do tempo onde todo malabarismo era prazeroso, sinônimo de plasticidade e superação. Não, não me diga que o certo é simples. que o lugar deles, os pratos, é no chão. Não pense que se pode simplificar o complexo.


Há tempos distante não só daqui, mas do descanso, da serenidade, vou contando estórinhas e construindo esconderijos para meu anseio de tempo. E há tempos quero uma substituição. Posso ir para o banco treinador?


Ando contando os dias para viajar. "Porque o viajar já é mais que a viagem" e a fuga sempre carrega em si a busca por um lugar melhor.