segunda-feira, 31 de maio de 2010

Dessas madrugadas

Quando as forças já se tinham ido de mim
Quando a noite foi de sofrimento. E o calor que ardia era de doença
Eu quis ombro, ouvido, mãos e palavras
Mas tive que seguir madrugada a dentro sozinha. E tantas outras viriam ainda
Quando do amanhecer de todas elas eu pensei:
Eu me ordeno não esperar mais. Não desejar mais

E percebi que, quem menos tem, mais me dá. Sem cobrar caro.
É conveniente o preço
Mas eu lembro que um dia abandonei esse comércio
Por que eu também não quero o barato
Já diziam: ele sai caro!!!!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Outras possibilidades

A criação de outras realidades é sedutora.
A canção fala de um lugar de repouso e desfrute da gloria. Os campos são matizados. E puros, como o desejo incessante que os busca.
Os frames são códigos para um portal no qual se inicia uma viagem ao interior. Dos sonhos, do que há de melhor e pior nela. Das lágrimas. Do que parece só ressoar por dentro: lugar seguro é no escuro.
As mãos tremulas sobre o teclado. Coração que se imprime no pequeno dado, naquele toque. E as ideias estão vertiginosamente saindo pela ponta dos dedos. A boca fica seca. É o prenuncio da fala para todos, ou apenas para ela, e somente ela importa agora.O ponto final é o êxtase, como o derradeiro suspiro dos amantes.
A criação de uma mesma realidade finge-se que é sedutora.

Playlist

Minha playlist é uma colcha de retalhos das emoções que senti. Ou quis.
A cada nova canção da-se um disparo para as recordações. Às vezes os riso chega, sem hora marcada, sem saber o momento adequado. E quem o flagra quase sem querer nem pode supor o que lhe criou.
As lembranças vem de mãos dadas com os acordes. Um gosto, uma tarde na beira do rio, um alguém que tocou violão numa madrugada.
Quando tudo passa, quando o que foi já não vem me visitar nem ocupa vãos no meu dia, eu aperto o play. E nesse momento sou capaz de felicitar o amargor do passado tal qual digo "pode entrar" para o que me fez feliz.
Sigo criando uma trilha sonora bem particular para o meu cotidiano e para o daqueles que vejo passar na janela, até uma próxima parada. Pause

domingo, 23 de maio de 2010

O que há muito me ocorre...


"Os que não me assumem, que sumam de mim!!!!!"



Martha Medeiros. Para finalizar um período.

sábado, 22 de maio de 2010

Vende-se

Vendo urgência.Quilos dela.
Por que já não caibo nessa pressa de viver tudo com a inesperada rapidez de um relâmpago. E você sabe que relâmpagos queimam e detroem. 
Quanta gente atropelei, quantas vezes me adiantei, disse bobagens a pessoas bobas, quase sem relevância histórica nesse meu épico viver, pelo simples fato de ter pressa em sentir algo. De querer retardar o fim sem ao menos começar
Urgência danada que me cega. Me faz queimar o estômago e ser impaciente com tudo o que não seja capaz de me fazer feliz agora. Imediatamente.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Pedido

Ontem fiz um pedido
Para caber melhor e mais em mim.
Para a solidão só existir no dicionário.
Para o silêncio do celular deixar de ser insuportável.
Ontem pedi por moderação, que nem sei se um dia veio ou vem me visitar.
Pedi para que minhas tantas esperas se tornem plácidas, amigas e inofenssiveis.
Para que, mesmo momentaneamente, o eu seja mais desejado do que o nós

terça-feira, 11 de maio de 2010

Mortos e enterrados

Vamos matar uns hoje
Dar fim em quem não apareceu
Em quem não achou que o dia era especial
Não liga, não surge no meio da madrugada
Nem faz qualquer outro delicioso desatino em nosso nome

Vamos matar a tantos
Que guardamos no peito, corpo todo e pensamentos
E antes do fim impiedoso
Vamos lembrá-los que aqui é um lugar de respeito
Aos nossos desejos.

Descobrindo-me


Para me descobrir
Eu preciso de papel e lápis
Computador e Internet
Cadeiras, mesa e continente
Música, mp4 e insight

Duvidar. Com certeza!

No dia em que enfim  disse duvidar da minha sanidade, consegui aprender o que as dores, mãe dessa incerteza, queriam me ensinar:
- Ame mais. Muito mais... a você!!!
Era o prenúncio da importância de saber ser ímpar.
Perder horas comigo. Rindo de mim, lendo pra mim e me reconhecendo em outros. Outras linhas.
Então você descobre que desacelerar é preciso e inevitável. E "bow". Tudo faz mais sentido. Sem esforço.
Deixei a pressão do lado de fora. Aqui só há espaço para um agora. Uma, melhor dizendo.
Hoje, não sei se amanhã também, a pilha de livros -  finalmente - lidos cresce.
Sozinha não é mais solitária.

sábado, 8 de maio de 2010

Noite especial



"E eu não quero ir, não posso ir pra lado algum
Enquanto não voltar
Não quero que isso aqui dentro de mim
Vá embora e tome outro lugar
Talvez a vida mude e nossa estrada pode se cruzar
Amor, meu grande amor, estou sentindo
Que esta chegando a hora de dormir"

- Nossa, quanto tempo não ouço essa música!! Ela é do tempo em que namorávamos. Aliás, a maioria dessas ai. Engraçado a gente aqui, depois de tudo, escutando juntos essa música...

Avalanche de lembranças. Algumas boas, que ainda hoje fazem o coração um pouco mais leve e contente. Outras fazem par com aquela justa sensação de enjoou que associo ao sofrimento que nos causamos (eu e minhas loucas somatizações). Para alguns, apenas um sintoma de gravidez. Pra mim, representa tudo o que é possível destruir em quem se gosta (se gostou).

Em muitas tarde de sábado, enquanto insistentemente eu te chamava, "meu amor maior", a música que era quase uma suplica - não me perca tão cedo!!! - tomava o quarto, que era igualmente frio como as minhas mãos ansiosas, impacientes que não conseguiam se afastar do celular. E o dia se passava, me deixando uma certeza insuportável de que só migalhas de tempo me restariam.

- Porque não atendias o celular. Não pensavas que eu podia estar do outro lado angustiada de tanto te querer (interrogação)
- Tá... tudo bem. Mas promete que não vai fazer isso nunca mais com seus amores. Não é justo com o outro nem com você. Vou te cobrar isso... não quero imaginar que novamente você escolheu o sofrimento à companhia de quem te quer. 

Mas não é tempo de lamentações ou tristezas do passado. Pelo contrário. Hoje a noite é de festa. Você já merecia ter nosso moleque pertinho por uma noite inteira. Velar-lhe o sono e saber as dores de dormir num minúsculo canto da cama. E o café da manhã será a hora de rir dessa gostosa aventura. Porque hoje é o baile do pijama dos meninos. E eu vou rezar por vocês dois, meus queridos!
Boa noite!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Ideal

Desde a descoberta do desejo você existe aqui.
Minha maior paixão, meu maior refugio são minhas idealizações.
Sei que a busca inicia e finda em mim. No que eu ainda não sei, não entendo e não controlo
Mas se é verdade que, quem espera sempre alcança, eu vou sair correndo atrás daquilo que tem ficado claro após as escolhas erradas. No fundo, preciso é ser alcançada, de preferência parada.
Sou centauro e tenho um arco nas mãos. Não espere que eu seja sutil, que seja fácil me acompanhar ou me fazer desacelerar. Minha paixão é rápida, o vai-e-vem das minhas dores também. Galopo, mesmo que não saiba onde quero chegar. Eu quero chegar. Não duvide disso.
Então não se atrase nem se desvie. Ajudaria se você viesse interditar uma séries de desatinos. Por que escolher e responsabilizar-se por tudo cansa e acaba me reforçando engano da autosuficiencia.

Esqueça tudo isso. Só se aproxime e tudo que era complexo e turvo se transforma na ausência das defesas e superação do medo da doação. E esperei muito pra dizer: É você a melhor tradução do que eu idealizei.

domingo, 2 de maio de 2010

Antes de dormir...


Você viu o clarão violeta que invadiu o quarto(interrogação). Ele deve ter sido um presente para nossos olhos. Recompensa pela nossa espera, acho.
Ouvi dizer que violeta é a cor da espiritualidade. É, estamos precisando atentar um pouco para a nossa... Mas foi o lindo o raio, não foi. Se foi um aviso e não prensente (interrogação) Ahhh, não sei. Só misturei os assuntos por que estou assim, misturada por dentro, até um pouco mais do que o normal.
Nada em especial e ninguém. Você sabe, eu não preciso de terceiros para bagunçar meu mundinho. Sou especialista e autosufuciente nesse sentido.
Sei, sei. Nunca duvidei que fosse exatamente os meus in´s (inconstância e insensatez) que te mantêm fiel a nós. Claro que falo da fidelidade ao nosso modo, que prescinda de qualquer forma de poder e adoecimento. Você sempre rir disso, né. Eu também. Afinal, foi o  riso que nos uniu.
Ok, confesso que nem sei exatamente do que estou falando. Só achei bonita as paredes, o teto, nós, o relâmpago...
A chuva começou. Bom dormir com o esse barulinho, concordas (interrogação)
Bom mesmo é deitar aqui com você, te falar bobagens... e adormecer




"Vem me hipnotizar
No alto andar, luar me acaricia
Posso morrer de amor
Que ninguém desconfia"