domingo, 24 de outubro de 2010

Sobre sapatos e desculpas

Eu só queira que você soubesse...
Que de tanto te querer, temo não te ver mais. Nunca mais.
Que eu me envergonho de não ser tão compreensiva com as tantas coisas, com os tantos quilomentros, que nos mantem separados
Que um dia desses cresço e me torno tão certa das minhas dúvidas e certezas quanto você


Queria também que você soubesse...
Que não vou esperar mais que algo especial aconteça apenas por ser uma data
(porque pequenas coisas podem ocorrer e não quero que elas percam a devida importância).
Que eu usei o par de sapatos que você escolheu pra mim
Por acreditar que eles não mereçam a punição da espera indeterminada...


Mas, se você diz que ainda vem. Tudo muda. Eu mudo
Limpo os meus saltos e apago da memoria o dia em que duvidei do futuro
E voltaremos a ser novos. Eu e eles
Como pede o nosso (re)encontro de almas.


Desculpa.


MLJ

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Italianissimo

Quando tudo ao meu redor anda desinteressante e 'monocromático'.
Quando nada fala sobre mim e como me sinto, não resisto e fujo.
Busco um pouco de paz. Um silêncio que possa vir de dentro. Algo entre as idéias e o coração.
Desligo do mundo pra tentar me encontrar...
 ...
Mas por aqui só há você


Atrevessiamo!

domingo, 17 de outubro de 2010

Ode ao meu ódio (ou ao ciúme?)



"Às vezes te odeio por quase um segundo..."

O problema é que o tempo do ódio passa devagar. Espichado, longo. A duração de uma dor. Do ciúme que a alimenta.
Minha avó já dizia para não brincar com vespeiro. Lembrei que a desobediência à sensatez  me acompanha desde as fraldas.
Sim, eu poderia ter escolhido só o lado prata da lua. A brisa do fim de tarde. Saber da existência do passado somente em folhas distante do seu diário.
Acreditando ser inatingivel pelo "óbvio", quase imponente e certa de que minhas sessões de psicoterapia me valem mais do que qualquer lindas unhas vermelhas envoltas pelos seus dedos, eu brinquei  com meu egoísmo. Advinha? Me dei muitíssimo mal.
Ganhei segundos, vários deles, de ódio por te querer.
Ah, como te odeio por teres violado a mão que tanto amo e venero com um anel que não era meu.
Por teres amado antes de me conhecer.
Por ter sofrido com a distância que não era a minha.
Por teres suposto que a tua perfeição era com outro alguém.
Te odeio, te odeio. E faça-nos um favor, acredite na intensidade desse meu afeto, ainda que ele seja passageiro.
Nessas horas, o inevitável. O sal que rolou no rosto impregnou um amargo na boca.
Injusto, muito injusto.
Meu pobre narcisismo só queria ter te encontrado dentro de uma caixa lacrada, ansiando por mim.
Sem passado. Sem tantos anéis. Sem referência de outros amores. Sem fotos, principalmente.
Ser o primeiro "inusitado" caso de amor. Ser o único. O que te ensinou que longe pode ser perto e acompanhado...
Não, não tente explicar nada. Eu sei de tudo. Das argumentações, das minhas particularidades e, sobretudo, especialidades.
Aquele namorado da foto não era o meu, ok!
...
Agora, só convença o meu ciúme disso.

M

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

É natal... para os paraenses

A minha cidade vai se movimentado diferente e gostoso
É gente que chega do rio, do ar...do negro asfalto.
Andando, correndo. Quase sempre rezando
Gente que vem de longe, porque a cidade lhe vive bem pertinho do peito.
De perto vem também, sim.
E vem em ondas, marés. Porque somos mesmo muito água. Rios que se disfarçam de mar.
E nos multiplicamos, tomamos ruas, transformamo-nos em muitos, em alguns instantes, incrivelmente, uno.

Mesmo que muito já se tenha dito sobre essa cidade especialmente viva em seu "natal"
Dificilmente alguém que não tenha nos visto com lágrimas nos olhos quando Ela passa
Ou tenha sido convidado para mesa do nosso mais típico (e não menos forte) almoço
Entenderá do que falo. Sinto. Eu, muitos ou todos nós.
É como se todas as agruras de uma vida supostamente moderna sucumbissem ao simples, por isso mesmo tradicional, encontro de gente. A nossa. Família e famílias de laço que se atam no coração.

No próximo ano, se desejar uma experiência singular que se inicia no sagrado, mas que flerta com o profano.
Que durante todo esse namoro é intenso e vívido como o povo que lhe produz
Te convido para visitar Belém, A cidade das mangueiras, num domingo pra lá de especial. O segundo de Outubro.
Nesse dia rezamos, comemos e festejamos a todos que queremos bem.
É o círio de Nazaré.
A cidade que se pinta de amarelo e branco, com certeza vai te abraçar e te receber muito bem.
E você sabe o que dizem por ai: quem vai ao Pará, parou. Bebeu açai, ficou!




No mês de Outubro, em Belém do Pará são dias de Alegria e muita fé
Começa com extensa romaria matinal o Círio de Nazaré
Que maravilha a procissão e como é linda
A santa em sua berlinda e o romeiro à implorar
Pedindo a Dona em oração para lhe ajudar

Ò Virgem Santa olhai por nós
Olhai por nós Oh! Virgem Santa
Pois precisamos de paz

Em torno da Matriz as barraquinhas com seus pregoeiros
Moças e senhoras do lugar três vestidos fazem pra se apresentar
Tem o circo dos horrores carro-Boi, roda-gigante
As crianças se divertem neste mundo fascinante
E os vendeiros de iguarias à pronunciar
Comidas típicas do estado do Pará
Tem Pato no tucupí mussuã e tacacá
Maniçoba e tucumã açaí e aluã




* Círio de Nazaré: manifestação religiosa, de orientação católica, que ocorre todo o segundo domingo de Outubro nas ruas do centro de Belém-pa. Também é denominado de "o natal dos paraenses" por sua tradição na cultura  local e pela mobilização que causa na cidade.
 Este ano, são esperados mais de 70.000 turistas para quadra nazarena.
A procissão, que percorre cerca de 5km, indo da Catedral da Sé em direção a Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, arrasta aproximadamente 1 milhão de pessoas durante seu trajeto.
   

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Para quem desabrochou: Tulipa

Ainda que eu me esforce para expressar o quanto fui feliz. Inteira. Sua.
Ainda que eu rememore todas as sensações que me deixaste na pele e alma.
E tudo, e muito, ou o quanto for o esforço para extrair de mim uma verdade essencial dos dias em que te tive.
Só você. Apenas você sabe e registrou o dado momento do meu êxtase por uma nova e melhor existência.
Concordo que eu não poderia ser outra coisa que não uma menina maravilhada com tudo o que eu acabara de descobrir sobre mim. Talvez porque  já sabia e queria tantas coisas sobre nós.
Não temo mais ser assim tão pura, tão inebriada pelo o que desconfio que seja amor.
O que vivi só serviu para que eu reconhecesse que nunca havia me encontrado antes de me doar a você.
Fico, fico, fico.

MLJ


"Como uma estória que invento o seu fim
quero inventar um você para mim
vai ser melhor quando te conhecer.
olho no olho e flor no jardim
flor, amor, vento devagar
vem, vai, vem, mais"
Tulipa Ruiz- Do amor