terça-feira, 2 de setembro de 2008

Depois da espera...

O desejo foi atendido. Me perdi em profundo verde na horizontal. Outras margaridas residem nos pequeninos olhos de alguém. Como a mágica na infância, senti um calor cumplice que atrai os corpos para um abraço, profundo, silencioso. Quis me afastar. Era algo entre o medo pelo inesperado e o desejo de que, após glacial solidão, aquele porto fosse meu, mesmo que por instantes.


Entre minhas sinceras bobagens te disse sobre minha mistica do número três. É bem possível que ela se mantenha, mas fui feliz. Fomos entrega. E isso já faz desse suposto último momento, o mais intenso e gozoso momento. Te desafio. Me desafias. Algo me diz (ou eu desejo) que o 3 não é o final.


Não disse, só dissse com o olhar, que supor tua imagem me inquieta, tua presença me esqueta o corpo. E meu sorriso quase compulsivo só cerra um dos recônditos que suplico pra você preencher. Não o mais molhado, nem o mais latejante por pensar em te devorar.


"Gosto disso", proclamei. Embora não tenhas perguntado do que, te berro aqui. Gosto da construção da intimidade. Gosto do que vejo - e não entendo - no teu olhar. Gosto do cheiro e sabor, da maciez da tua pele. Das gotas de suor que derramas sobre mim, elas parecem me purificar do cansaço e mazelas que professo sobre meu dia. Gosto dos carinhos infindáveis nos meus cabelos. De ter flagrado teus olhos que, mesmo fechados, diziam que me roçar na tua barba era a forma mais deliciosa de nos perder. Gosto por ainda gostar de ti descobrir, continuação essa tão rara em mim.


Delírio foi te ouvir respirar no meu ouvido, dizer palavras delirantes entrecortadas pelos meus gemidos. Desprender-me, esvair-me em você por perceber que te levei a outro plano do que temos. Ver seu prazer já era meu melhor prazer. "Vou te fuder" nunca foi tão transcendental.


Subestimar o outro e a mim própria tem sido meu exercício quase diário. Muito me surpreende ver que embora longe de ser o intelectual dos meus sonhos, soubestes entender minhas meias verdades, em meias palavras, meia sanidade.


Eu que não sei nem como usar teu nome, precisava te falar: Foi um grande exercício e te agradeço por isso. Quem sabe minha hora está chegando. A página está sendo virada e nada a fará voltar.


Se é verdade que não há como a plenitude do gozo com a pessoa amada, a fraqueza do corpo, o expandir da alma, o que posso dizer do meu quase morrer de prazer que prescindi das dores e vendas da paixão?


Valeu ter ido pra cama, nessas últimas noites, me contorcendo de tesão e frustração por não te ver. Foi mais um encontro... muito especial.




3 comentários:

RÚBIA disse...

muito bom!

Sentimentalidades-Todas disse...

hahhhhahahahha
vindo de vc, até acedito que seja
bjos, Linda

Roger Willian disse...

O que dizer... nada só sentir mesmo!!
como sempre palavras exata hiperdiscrição de sentimentos que nos calam e geralmente escapa as palavras para descreve-lo...
mas é você né
tu consegui !!! parabénss :)
bjuss