quarta-feira, 1 de maio de 2013

Depurando-me

Os ultimos dias tiveram o peso de ultimos dias. Ainda não sei se meus, se nossos, ou de tantos ciclos.
Mudança de estratégia: Calo, corro e fujo para ignorar que posso ser alcançada pela dor. A de ficar e lentamente perder a admiração por você. A de partir, acreditando que jamais terei novamente o viço que nossa inesperada história me deu.
E se você me perguntar porque do meu silêncio, eu não saberia explicar para além da simples de não querer falar. E isso já estava nos rondando, dando sinal de sua vontade de existir ente nós.
Não sei quando exatamente começou essa fase da partida ou quando deixei de ter uma inocente fé em você. Só sei que me ver "obrigada" admitir que não podemos ser pais ou noivar agora me despertou para tudo aquilo que essa relação nunca pode me dar. Segurança na mais que concreta realidade. Aquela onde temos que pagar contas, cuidar da saúde - nossa e dos nossos - ou pensar na aposentadoria.
Nunca duvidei e ainda não duvido do afeto que nos ligou, só não estou mais emaranhada por ele. Só não me basta tê-lo apenas em uma linda versão juvenil da vida.
Eu quero casa; quero colchão novo e infinitas possibilidades de ser melhor do que hoje sou.
Eu quero e preciso que tudo aconteça para ontem, porque sou ansiosa, pouco crente e de fácil desestimulo diante das adversisdades.
Sinto que não tenho tempo para esperar. Ou esperar sem data para acontecer.
Você não vem, eu também não chego ai. Perdemos a conexão?
Dessa forma, não vejo como não optar pela automutilação, pela dor necessária. É, estou trabalhando para um desamor de nós. Depurar-me de você.
E se ainda escrevo aqui é porque talvez queira te anunciar: não é por mal. é para o nosso (ou meu) bem.

4 comentários:

ALFA Brazilian Miniatures disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Gabriel disse...

Assim mesmo: às vezes a gente só percebe que as coisas estão acabando tarde demais.. é como se a gente querer segurar a água que escorre entre os dedos..eu não fui preparado prá dizer adeus.. gostei do seu post..e do seu blog..

Márcio Ahimsa disse...

Eu tenho uma tremenda aversão pela despedida. Nunca quero pensar nela, nem na saudade que, deveras, me alcançar nas madrugadas de frio ou calor. Eu sempre penso um fio invisível de enternidade nas minhas relações. Creio veementemente que é eterno. Mas algo que me chateia muito é esse estranho sentimento alheio de posse de mim... Gosto de me eternizar como o infinito, mas sem qualquer cabresto, ou cobrança de detalhes tão sem importância, que me fazem, por vezes, afastar pouco a pouco daquela pessoa pela qual me desejei eternizar... To me sentido assim ultimamente... Mas não quero passar pela dor de nenhuma despedida, pois estou aqui pronto para me eternizar nesse alguém... Obrigado pela visita querida, também to com saudade. Beijos. Não suma.

Franck disse...

bom estar aqui... matando saudades dessa prosa e poesia!