A música que embalou promessas de amor eterno de um casal distante, ainda hoje me emociona. Sou testemunha ocular e apaixonada pela vir a ser que estes - já admirados - desconhecidos me ofereceram. Diante do presente que os amantes se doaram, chorei e pedi intensa e silenciosamente para ser avassalada por aquele que ligou confidencialmente nossas três existências. O amor.
Entristeço-me por gritar no vácuo. Por ser inacessível quando o que mais quero é ser decifrada, intensamente devorada, confrontada, revelada. Não quero me pôr a mercê do entristecimento, não quero me tornar vulnerável ao que me fez padecer por anos: alianças falidas. Mas não posso negar o que me conduz no momento. É preciso amar!
Um amor tranquilo, se isso for possível. Não, menti. Quero o fantasiar de um amor tranquilo. Quero a garantia do meio-caminho a... Não quero novos ferimentos. Isso não existe, eu sei. Nessas terras, por hora áridas, ainda impera a lei do tudo ou nada. Então, me contento com um novo pseudo-amor, capaz de me conduzir até o limite de nosso invento efêmero - a felicidade. Um alguém que possa me roubar um sorriso especial, que talvez nunca o presencie. Que me faça desejar um alerta moderno de comunicação. Quero o frenesi da adolescência. As horas a fio ao telefone, ou alguns segundos para serem recordados por um tempo sem fim. Quero, sobretudo uma especialíssima inspiração para me descrever neste espelho, às vezes tão distorcido do que sou aqui, dou outro lado do impalpavél, onde poucos são os que conseguem me vislumbrar.
2 comentários:
Amei, amei! Intenso e delicado ao mesmo tempo, muito bom!
Estou retribuindo a visita e vou aproveitar para ler mais, porque eu gostei muito! :)
Beijos!
Paulo:
seja sempre muito bem-vindo!
Postar um comentário