terça-feira, 13 de abril de 2010

Grades

As grades são familiares a mim, a todos. De alguma forma, num dado momento.
Escuto que elas, com o passar do tempo, podem se agigantar, roubar o ar, o sono, o ânima de quem as tem como sentinelas. Eu, do outro lado lado de algumas, lembro que esta sensação, por mais aterradora e infinita que possa parecer, é temporária, transitória. Como diz a voz de trovão com humor negro: por estas bandas ninguem se demora tanto que possa virar pedra para esse rota construção. E assim, o meu fazer se torna buscar na centelha do outro o intenso calor que possa motivar a ação, o pensar e, sobretudo, o sentir ajustado.
Mas quando elas se vão, as dúvidas em suspensão  corroem minhas idéias. Questiono-me se de fato acredito no que tento estimular no outro.
É inerente ao ser humano a tendência à adaptação, assim como a possibilidade de crescimento e criação de estratégias de enfrentamento às adversidades. Entretanto, porquê são poucos os que conseguem flertar com a felicidade (interrogação). Por que João se reinventa mesmo num meio estéril enquanto Antônio jamais saberá o que existe além das sombras no fundo da caverna (interrogação).
Mais do que se possa atribuir à ontogênese (e a filogênese) de quem se faça sobrevivente em meio a nossa guerra diária, eu me pergunto: como podemos verdadeiramente ajudar os que estão sob nossa responsabilidade ...pelo amor, pela imposição da vida, pelas leis, pelo sentimento de pertença...(interrogação)
Nos últimos dias tem me ocorrido que é uma imensa e, às vezes, ansiogênica atribuição, seres humanos de igual modo inacabado e regido pelas paixões, supor que podem redirecionar os que se amontoam e fenecem por não reconehcerem a alteridade, a especialidade do homem, em última análise, sua propria especialidade.
Confesso que há dias em que a desesperança me acompanha, não encontro respostas e o convite para "fazer de conta que se importa" me assedia.
Por sorte, estes não são dias frequentes.

Nenhum comentário: