sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Fadas


Coisas simples e belas, e um tanto prosáicas, podem me permitir flutuar, alcançar o além do horizonte. Coisas simples e belas são necessárias para alguem me vislumbrar plenamente. Ou apenas me suportar.

Se o objetivo é transcender o concreto, a realidade opressora, que tal sonhar, mesmo que sozinho? Ultimamente, em meu peculiar estado de Ser, esta tem sido a forma mais intensa e completa de auto-reformulação. Novidade para você? Experiemente. Há algo de muitíssimo especial neste tipo de jornada.

Vem sendo a partir dessa forma que, mais do que nunca, vivencio o projetar-se em várias direções. Interesses novos, gostos retomados e principalmente, permissão para aprender com o cotidiano, com as pequenas batalhas do dia-a-dia. Porém, nem sempre há segurança ou conforto diante do que é novo. Algumas direções não são e nem foram tão acertadas com eu imaginava. São demais os perigos dessa vida? Sim mas também são demais os meios de se atingir dias de felicidades.

Estar tão aberta para acertos e erros, alegrias e dores, tem me assegurado mais ganhos do que perdas, felizmente. A música, o rio e o vento tem sido algumas dessas caras recompenssas.

E de passo a passo, passo a viver.... de novo.





Letrinha do dia: "As ilusões, fartas. Oh fada borboleta virei condão...Rabo de pipa, olho de vidro pra suportar uma costela de Adão. Um toque de sonhar sozinho, te leva em qualquer direção. De flauta, remo ou moinho. De passo a passo, passo..."



































domingo, 25 de novembro de 2007

Cinderela às avessas do avesso.

Em minha fase heroesniana, eis que me assolou as idéias a pergunta: qual poder eu desejaria ter? Bom, desejar, desejar mesmo eu desejo no Heroes o mocinho pra lá de politicamente correto e apaixonado, mr. Peter Petrelli, por tudo o que ele consegue atingir em meu imaginário [com se fosse só ao meu....rs].
Devo confessar que sempre tive uma tendência a me deslumbrar com os bons moços desalinhados e inadivertidamente charmosos. Sempre me apaixonei mais pela atitude de um belo homem feio do que pela unaminidade estética dos homens bem acabados. E se tudo isso vier num pacote bem melanizado ou de contraste forte com cabelos escuros, ai é só perdição aos meus delirantes sentidos. Fato é que padronizações nunca me seduzem.

Ocorre-me agora que talvez seja justamente a falta de bons moços um tanto blassés que esteja determinado esse meu desinteresse momentâneo às reais possibilidades - ou a negação delas - de drenar algumas tensões. Agora vejo que, de certa forma, a proximidade que deveria ter sido evitada, aplacou algumas emergenciais necessidades ao passo que reforçou incisivamente o que não quero para mim.

E o tempo tem andado, aliás, corrido rápido demais para mim. Um dia eu estava aqui, destilando e degustando minha abstinência de uma outra dorga, rindo por ter percebido vastas possibilidades de viver só mas não solitária, calmamente mas não cristalizada, e agora? Agora estou novamente aproveitando minha casa dentro do meu lar - meur quarto. No entanto, faço isso como quem mata o trabalho para vadiar e purga-se de remorços. Ganho espaço no meu reino porque meu Príncipe foi passear noutro que também herdou. Culpa, danada culpa. Lembro das palavras da minha amiga ligeiramente grávida: "Só tu para sentir mais culpapor tudo do que eu"

Já aprendi que o tempo não parará para eu me refazer do que quer que seja, mesmo que seja para a assimilação contínua de uma nova forma de viver por alguém. A maternidade não é uma roupa que eu possa decidir quando quero usar nem tampouco posso me permitir cansar dela. Isso também aprendi.

É, deve ser meu eterno complexo de Cinderela. Mesmo com um texto tão entrecortado por temas aparentemente distintos, no final, só escrevo sobre os papéis masculinos e suas idealizações em minha vida. Assim, meu objeto de desejo cinematográfico, os sapos que amei e meu pequeno herdeiro só denunciam o quanto amo os homens e que é através desse sentimento que me defino.

Amo o poder masculino, quando não pretende dominar.

Letrinha do dia: "O meu amor tem um jeito manso que é só seu. De me deixar maluca quando me roça a nunca e quase me machuca com a barba mal feita, de pousar as coxa entre as minhas coxas quando se deita ...Eu sou sua menina, viu? Ele é o meu rapaz. Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz.

Reinicialização

Já tem algum tempo que não me miro aqui, que não brinco de falar de mim, para mim e de acalentar a esperança de meu nada pequeno ego em ser massagiado com visitas inusitadas.

Muita coisa tem ocorrido na minha - às vezes - insuportável concretude. O trabalho anda um pouco mais interesante, com algumas conquistas e novos planos, até mesmo minha pesada relação com uma colega foi finalmente - espero eu - admitida e um tanto trabalhada.

Enquanto isso, em outro canto da cidade, mas precisamente na sala-útero, acabei por me emocionar com o drama alheio. Câncer paterno. Percebi então como anda fragil, instável e sempre conflituosa minha relação com meus sustentáculos. A gestalt não foi nem de longe fechada naquele encontro, melhor admitir que, literalmente, muita água ainda vai rolar quando chegar a hora de eu me haver com os temidos "fantasmas perentais" que vivem em mim. Deixemos-os quietos, por hora.

Falando neles, alguns dias atrás, um outro grande e temido fantasma veio me assombrar. A recaída. É Caros, fui pega de surpresa pelos meus instintos, pela fome e acima de tudo, pela fantasia do que não vivi, no meu passado não tão pasado assim.

Infelizmente, dei o primeiro gole. E quis mais e mais. Era uma sede enorme que se arrastava por 4 meses. Era uma sede de muitas coisas que eu sabia que ali, frente ao objeto que tanto desejei, ao qual tantas vezes me ajustei na afã da complementariedade, não teria. Mas quem disse que instintos podem esperar, fazem prognósticos, escolhem a certa forma de se materializar? Lembrei que são apenas forças com emergência em acontecer.

Eu que até malogrei a possibilidade de novamente tocar aqueles lábios, aquela pele, me permitir ser refém de tanto descontrole. Enquanto oportunizava prazer ao meu corpo, abafei meu poder de reflexão, de auto-compreensão e de justiça a minha sanidade mental. E eu busquei o olho do furacão mais uma vez e devo confessar que por minutos, esqueci todo meu pesar por mim mesma, pelas perdas do que me constitui, pelos meses de abstinência.

Há duas semanas, escutei que uma mulher tinha sido profundamente penetrada, possuída, embora sme consciência, por ter permitido que um outro tivesse dividido com ela, um espaço tão intimo como seu quarto. De certa forma também fui possuída pelo que um dia idealizei para esse já sepultado relacionamento, e por mais que eu soubesse que aquele não era mais meu lugar - será que foi um dia? - não tive forças para me furtar ao carinho e ao hálito que nem mais podia reconhecer.

E assim, penosamente zero meus contadores, inicio um novo tempo de recusa ao que já conheço e certamente não me satisfaz. Penso que fui muito dura por não entender meu súbito e momentâneo surto psicótico - essa é a única explicação para o ocorrido. Penso igualmente que fui muito ingênua em negar minha carência e tudo mais que ainda não fazem desse homem um ser indiferente e me colocar tão perto dos seus domínios.

Retomo a rota certa e o programa dos doze passos- acho que é essa a quantidde. Só por hoje não te quis. Só por hoje não te beijei.


Letrinha do dia: "Sabe de uma coisa, Seu. Vou lhe jogar no meu baú. Vivo e mágico, com as coisas boas que tem lá... Quem sabe você adora, quem sabe se transformará... Vamos seguindo acordando cedo, você só reclama e não age... Não corre atrás das suas coisas, fica aqui só choramingando. Todos já foram embora. Você só sabe reclamar..."


Tantos fragmentos. Sinal de uma indiferença ainda muito distante.

sábado, 17 de novembro de 2007

À minha porta.....





À minha porta bate uma solidão que vem acompanhada de suspiros desejosos de alento. Alento para cada curva, poro e pelo do meu corpo. Afagos esperançosos para tudo que minha alma ainda deseja vivenciar.





A música que embalou promessas de amor eterno de um casal distante, ainda hoje me emociona. Sou testemunha ocular e apaixonada pela vir a ser que estes - já admirados - desconhecidos me ofereceram. Diante do presente que os amantes se doaram, chorei e pedi intensa e silenciosamente para ser avassalada por aquele que ligou confidencialmente nossas três existências. O amor.



Entristeço-me por gritar no vácuo. Por ser inacessível quando o que mais quero é ser decifrada, intensamente devorada, confrontada, revelada. Não quero me pôr a mercê do entristecimento, não quero me tornar vulnerável ao que me fez padecer por anos: alianças falidas. Mas não posso negar o que me conduz no momento. É preciso amar!




Um amor tranquilo, se isso for possível. Não, menti. Quero o fantasiar de um amor tranquilo. Quero a garantia do meio-caminho a... Não quero novos ferimentos. Isso não existe, eu sei. Nessas terras, por hora áridas, ainda impera a lei do tudo ou nada. Então, me contento com um novo pseudo-amor, capaz de me conduzir até o limite de nosso invento efêmero - a felicidade. Um alguém que possa me roubar um sorriso especial, que talvez nunca o presencie. Que me faça desejar um alerta moderno de comunicação. Quero o frenesi da adolescência. As horas a fio ao telefone, ou alguns segundos para serem recordados por um tempo sem fim. Quero, sobretudo uma especialíssima inspiração para me descrever neste espelho, às vezes tão distorcido do que sou aqui, dou outro lado do impalpavél, onde poucos são os que conseguem me vislumbrar.


Por hora, fico no anseio de que a vida me traga logo esse novo bem. Fico no aguardo por me libertar daquilo que ainda me impede de ser/estar acessível, que anda me impedindo de abrir os canais do existir plenamente. E rir de mim, quando toda essa sede, por ele que ainda não conheço, findar.








Letrinha do dia: "Não se preocupe mais com minha imperfeição. Não se pergunte mais por que me disse não. Lágriams de diamantes. A noite lágrimas, de dia amantes. De dia lágrimas, a noite amantes..."







O puro descompasso...

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Qual o limite?


Estender demais. Nunca estender. Inflexibilidade. Despersonificação. Qual posição você quer tomar?

Sempre me considerei uma mola encolhida, parafraseando o Lulu. Sou o vir a ser, a quase contentação, a quase busca.

Finalmente, existiu um dia em que a ordem era fazer diferente. Decidi que dali em diante eu seria uma mola sim, mas agora, em expansão. Mudar era preciso, de verdade, sempre o é. Mas, me estendi de forma errada e em demasia. Errei na mão, confesso.

Era o tempo de uma promessa que, daquela vez, eu me permitiria sair do centro de tudo, que agora lançaria meu olhar em direção ao outro, ao mundo do outro. Como se eu nunca tivesse feito isso. Nunca fui tão má assim.

Imaginem Caros, como esta mola aqui se esforçou para deixar a suopsta posição de servido para a, de fato, servidor. A exemplo, troquei meu mundo pseudo-intelectual pelo calor das multidões. Passiei pelo forró e brega com a satisfação e habilidade de quem nunca saiu de uma festa de aparelhagem [festas popuplares onde o som, de gosto duvidoso, é distribuido por gingantescas caixas de som]. E eu nunca fui a uma.
No começo foi até nobre. Cheguei mesmo a ter orgulho de mim por finlamente conseguir exercitar a tolerância, o respeito ao diferente, o vislumbrar da alegria e leveza no que não é espelho. E o estiramento foi tão intenso que a outrora mola mas parecia uma opaca e entristecida massa de modelar. Eis que deu-se a infelicidade. Demorei alguns anos até ter clareza de que o meu adoeciemnto não estava em função do alargamento do meu gosto musical, dentre tantos outros gostos, mas sim por ter sempre a sensação de inadequação por ser quem sou. Como a aporovação desse Outro era importante para aquilo que chamava de vida.

Fui salva por um lampejo de sanidade. E mola que é mola não pode e nem quer se desfazer de seu espiralar contínuo, de suas semi-subidas e descidas, pelo simples fato de que elas são suas. Lhes constitui, lhes particulariza.

É justamente neste momento que a palavra contrapartida tomo meu coração num arroubo. Afinal, ele - e eu também - tinha cansada de viver na falta, na ausência, sobretudo, na inexistência do olhar para o outro. E o outro agora era eu.

Eu devia ter aprendido na escola aqueles cálculos físicos de compreensão da distensão das molas. Eu poderia ter evitado que um físico me mostra-se como, dolorosamente, uma mola pode se exaurir, partir.

Felizmente, a natureza das molas lhes garantem um grande poder de retomada de seu estado original, do "equilibrio", de contentamento por ser apenas uma mola. E que mola hoje eu sou!

Depois que o caminho de volta se iniciou, depois que reconheço que não quero ser massa, vejo com clareza muitos dos meus limites. Outros tantos, ainda estou buscando.

Ultrapasar limites já foi infrigir minhas próprias regras. Hoje, quero é ultrapasá-los para me superar. Rumo ao que me faz melhor.



Letrinha do dia: "Hoje eu tô sozinha, e não aceito conselho... Não sei se me levo ou se me acompanho. Mas é que se eu perder, eu perco sozinha. Mas é que se eu ganhar, ai é só eu que ganho. Hoje eu tô sozinha e tudo parece maior. Mas é melhor ficar sozinha, que é pra não ficar pior...."

domingo, 11 de novembro de 2007

Unhas, luto e auto-análise

Já tem alguns meses que pinto minhas unhas de preto. O que começou como um sinal de rebeldia, protesto contra tudo que me oprimia, entenda-se: as expectativas do Passado que eu devia corresponder , fim-de-semana passado tomou outro sentido, diria até que com um ar de insight.
Ao me perguntarem se elas, as unhas, estavam sempre de preto por luto pelas minhas relações amorosas que não deram certo (isso é coisa que se pergunte, heim???), eu rir. E muito. Retruquei esplendorosamente que elas, as fracassadas relações, pediam célebres festas de carnaval para marcar seus respectivos velórios (Toma-te. Fala o que quer, ouve o que não quer!).
Riam agora vocês de mim, meus Caros, por meu ingênuo e capenga mecanismo de defesa. Reatividade pura...
É, eu que pensei que as unhas marcavam apenas uma nova fase, uma nova identidade, quase um alter-ego - a De unhas negras e iris cor-de-mel - naquela tarde de sábado tive que reconhecer. Minhas unhas (e alguma parte de mim) se encotravam rebeldemente diferentes, novas, mas também de luto.

Luto por que fiquei com um gosto amargo da derrota nos lábio após a separação. Luto por que me negligenciei e frequentemente tenho negligenciado o fruto do meu quase-amor. Fiquei de luto. Estou de luto, mas só me permito -literalmente - uma ponta de tristeza por tudo que não ocorreu.

Posso me dizer enlutada sim senhor, mas orgulhosa por conseguir reconhecer isso e também por ter me oportunizado tal condição [Ah doloroso desinvestimento do objeto....], sem nunca perder de vista tudo que já reconsquistei, a duras penas, com o término do meu fracassado pseudo-casamento.

E hoje estou um pouco mais transparente aos meus olhos, às minhas necessiades. Hoje minhas unhas poderam ser menos dramáticas.
Mas que unhas pretas tem lá seu charme e sensualidade, isso tem.
Letrinha do dia: "Uma tigresa de unhas negras, e iris cor-de-mel. uma mulher, uma beleza que me aconteceu... Com alguns homens foi feliz, com outros foi mulher. Que tem muito ódio no coração, que tem dado muito amor. E espalhado muito prazer e muita dor..."

Solidão em companhia...

Como um dia cantou titia Rita, ando meio desligada. Os motivos que me desligam desse mundo bandido não sei o certo. Melhor seria elencar vários deles, que se intrelaçam, somando forças e me atingido certeiramente no peito e na mente. Dinheiro curto, falta de amor, falta de sexo, afastamento do bando...


Venho fazendo um grande exercício de paciência. Estou me enamorando de mim. Quero me reconsquistar, me cortejar, e olha que sou difícil.... E muitas vezes nesse afã do jogo da conquista, acabo por descartar todo o mais que me cerca. A todos - ou a maioria - já descartei a muito.


No caminho do meu auto-empoderamento retornei a dita terapia, agora, de grupo. Cheguei lá com a garganta abarrotada de falas, de e masturbações mentais desses tempos de isolamento. Eis que encotro um grupo, apático, no adolescer da vida e tão distante de me oferecer o que mais anseio, a ressonância. Era eu ali, a pobre psicóloga-paciente tão superior a todos, tão mais inteligente, tão mais interessante em suas divagações. E foi um lindo e belo soco no estômago a forma como aquelas palavras e dúvidas proferidas pelas novas "companheiras" reverberaram em mim depois que sai da sala-útero. Nem sempre se pode ignorar a opinião alheia nesse meu novo mundinho paralelo e bem particular. Antes daquela tarde, eu acreditava que a única importância do momento era meu intenso questionamento quanta a possibilidade de seguir adiante depois da separação, depois de ter perdido alguns muitos sonhos, de ter deixado aberta novas - e outras eternas - feridas. Ledo engano, meus Caros. Tanta coisa anda desarrumada por aqui e eu nem havia me dando conta. A esfera profisisonal também foi abalada pelas mudanças que me assolam. E eu ia reclamar dela, mas lembrei que há 12 mese minha vida estava ainda mais atada, devassada pela desesperança. Que bom que tenho subido alguns morrinhos e já posso ver algumas pedreiras que superei, pedreirinhas é verdade, mas superadas.


A caminho de casa, renovei meus votos de ser uma dedicada profissional, de buscar o novo , estudar mais, agradecer pelas mini-vitórias e blablablá...


É assim, solidão para solitário dá muito pano pra manga, dá muito espaço para renovação... para pesares... mas para achados preciosos também. Cá estou eu, me oportunizando, mesmo que forçosamente, o desaceleramento do viver, a recarga do estar só para depois estar junto. Sou minha melhor companhia ... da estação.




Letrinha do dia: "no mais, estou vivendo normalmente, não vou ficar pensando se tivesse sido o contrário. Estou feliz memso sozinho. Esse silêncio é paz."

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Os velhos sonhos continuam no mesmo lugar

E a tarde prometia ser feliz. A iniciei indo ao Castanhiera com o meu filho. Me divertir com ele, rir com ele, me aborreci também. É assim estar ao seu lado: meu amor e minha intolerância são ativadas permanentemente.


Quando dei o start para o passeio da mulher que habita em mim, eis que surgem as ditas sentimentalidades todas. Estava lá sentados a minha frente, no ônibus que demorou horas para passar, uma linda e melosa jovem família. O rapaz um gordo, desengonçado e branquelo chefe de família. Ela, uma ruiva-falsa com raizes de cabelo por pintar. Nos braços dos dois, uma criança de uns seis anos que, como os pais, estava igualmente suada pela clima "aprazível" que Deus nos deu.

Caros, em meio a este cenário quase que dantesco, eu pude ouvir claramente juras de amor entre o casal. Juras, carinhos explicitos e cuidados mútuos ao núcleo familiar....


Estava feito! o mundo só podia querer me sacanear. Justamente no momento em que decido retomar - a duras penas - a minha vida de "avulsa", o cosmo parece querer me sinalisar que meu velho sonho da famíla amada, consisa e harmoniosa com o meu Passado nunca deixou de existir em mim. Está muito claro que não me compadeço de mim mesma porque não estou com o Passado, nem muito menos penso em sair daqui, do meu mega teclado black, correndo para os braços dele. Mas devo admitir, os velhos sonhos de uma família querida e feliz ainda continuam em mim, por mim, para mim e o pior.... acompanhando eles, o medo de ter gastado minha única e derradeira chance de felicidade utópica. que coisa, heim?? minha terapeuta ainda não pode desatar esse nó...


E aquela real e "desglamourada" família me fez pensar em sair correndo ao encontro do meu filho. E ela me fez questionar: qual será o caminho da próxima possibilidade dos velhos sonhos se tornarem reais?
Tomara que ela realmente aconteça. Tentar ainda é um desejo.


"coração quase vazio, apenas velhos sonhos, coisas que você não quis mais. Dizendo serem águas passadas que não voltam aos cais.....Os velhos sonhos continuam no mesmo lugar..."

sábado, 3 de novembro de 2007

Novo Brinquedo


Deixe-me entrar mundo novo, que eu também te permito entrar aqui, naquilo que chamo de meu interior. Prometo não ser demasiadamente chata, nem massante demais, embora, às vezes seja dificil não o ser. Na Cidade das Mangueiras, nem sempre é carnaval, roda de carimbó ou festa de aparelhagem.

Mas acima de tudo, te quero meu novo brinquedo. Me divertir contigo, me aborrecer também. Fazer novos amigos, me testar em situações até então estranhas. Afinal, não é brincado que a criança apreende o novo-mundo-novo???

Prometo te ser boa amiga, solidária e assídua. E lutar, sempre, contra meu intenso mas passageiro desejo pelo novo.

Que venham as visitas e a tão desejada ressonância. A dita ressonância!
28,29,30.... Lá vou eu te proucurar!!!!