domingo, 10 de julho de 2011

Victor

(ao som de Oração - A banda mais bonita da cidade)

Saudade do meu menino. Das traquinagens e solicitações. Do pouco tempo que me dá e dos seus primeiros rocks em espanhol.
Sinto falta de um tempo em nossas vidas que não nos pertence mais. Ainda que tenham sido dias difíceis, de choro fácil - meu e dele - e de tantas demandas.
Se pudesse, teria me feito melhor antes. Se pudesse, teria arrumado a casa para a sua chegada.
Ele já não cheira a alfazema, e talves por isso eu ainda insista tanto por esse cheiro.
Não quer colo ou dormir pegando no "ossidio". Me diz que precisa aprender a ser grande. Espero que ele consiga me ensinar.
Passo  dia escrevendo lembretes mentais sobre o que ainda tenho que lhe oferecer. Quero-o melhor do que sou. Lugares, músicas, linhas e tudo o que ainda hoje nem vislumbro.o
Faço lembretes para uma vida menos corrida e impaciente. Para ter disposição de saborear cada um dos seus dias ao meu lado. Para ser justa e consciente do poder de todos os meu pequenos e corriqueiros atos para a sua saúde mental.
Tenho pensado muito num lugar que nos comporte, onde possamos iniciar nossa vida em definitivo.
Tenho tido menos medo de tudo o que isso significa...
"O coração não é tão simples quanto pensa".

3 comentários:

Karla Dias disse...

Que texto lindo Mônica...
Saudades de você.
Beijos

ALFA Brazilian Miniatures disse...

Saudade

Não o vi crescer...mas tenho saudade.
Não o vi mamar pela primeira vez...mas tenho saudade.
Não o vi dar os primeiros passos, e as primeiras tentativas...mas tenho saudade.
Não vi quando falou pela primeira vez...mas tenho saudade.
Não vi o primeiro apagar de velinhas...mas sinto saudade.

Não te vi quando ele lhe chamou de mamae pela primeira vez...mas...que saudade.

Que saudade daquilo que não vivi...e tão pouco vi.
A saudade se semeou desde a primeira vez que soube de sua existência.
Tomou forma quando eu o vi pela primeira vez.
Tornou-se solida e palpável quando o ouvi pela primeira vez.
A estima é recíproca...na certeza de que crianças não são hipocritas.
Mais do que saudade, sinto o que nunca não ser o que nunca dele serei.
Mais do que saudade...sinto por ele o que a ela alimenta: amor.
No quarto de minha saudade por ele estão à parede retratos de um sono singelo...de um abraço conjecturado...de um olhar indagador... com a meiguice e inocência de uma idade que nos faz sentir saudade.
beijos para os dois
Julio

ALFA Brazilian Miniatures disse...

Um dia me ensinaram que somos o que somos devido ao que vivemos. Se tivessemos vivido diferente seriamos diferente... e quem garante que teriamos a liberdade de ficar com o que é bom de ambas possibilidades?
Ele é maravilhoso como produto da soma dos erros e acertos. Melhor? Melhor é utópico. Melhor não é uma medida finita como 'cheio'. Melhor hoje, em relação a ontem...mas que para o amanhã já não será tão bom e terá que ser superado.
Sim...a vida passa...e eles crescem. O perfume...o cheiro dissipasse antes do que nossa mente tem a capacidade de desapegar-se. Em verdade o cheiro ja foi...mas temos a sensação de ainda senti-lo.
Ele não será melhor do que voce...porque um dia ele também irá querer que o filho dele seja melhor que ele... esse é um prisma da paternidade e não da realidade. Você é sim o melhor para ele. Tem sido... e continuará sendo.
Lembretes nos dão rumo...elucidam... mas sua função mais desapercebida é que somos incapazes de viver para tanto...para usufruir todas as possibilidades humanas! A vida navega pelo mar da escolha. Se hoje vamos a praia não vamos a montanha. E se fomos a montanha amanhã..talvez não esteja mais lá a coruja... ou o pica-pau.
Na finitude da vida humana fazemo-nos eternos com o amor que conduzimos aos que amamos e com a retidão de nosso carater e ações virtuosas.
O melhor lugar que nos comporta: seu coração.
ETA
JLM