domingo, 16 de outubro de 2011

Maria dos botões

Liguei o botão do foda-se há muito tempo para os meus medos infundados (?) acerca do dar-se para o outro. Recompensa: muitos suspiros e a sensação de que só eu e ele desfrutamos de tanto felicidade nesse mundo.
Ele fala que fomos possíveis porque queria me convencer e eu queria ser convencida - ainda que entre uma coisa e outra muitos nós eu tive que desatar em mim. Agora, cá estamos, convencidissimos de que não faz sentido esse país ser  tão grande, as passagens aéreas tão caras e nossas contas bancárias tão minguadas.
E ai vem o ponto preto na folha branca.
Sempre tive pressa. Sempre me sacudi demais por não reger a ordem das coisas. Eu não tinha como ser diferente conosco.
Não é o dinheiro que não se multiplica ou os tantos quilómetros que nos separam os alimentos para minha ansiedade. É o fato de não poder pular neste instante as casas do jogo e chegar naquela em que meu cansaço diário é só um bom motivo para correr pra você e o meu moleque. Meu problema é a urgência. Chega de entrada, eu quero o prato principal. E com você! 
Conto com sua serenidade, que desconfio que nunca vou ter, para me fazer rir de mim mesma e dessa minha luta contra o relógio invisível que diz: o tempo tá acabando, tá acabando, tá acabando!!!!
Reconheço que temos que seguir adiante e agradecer por nosso encontro, mas comungo do seu lamento pelo tempo em que ainda não existíamos um para o outro, embora esteja certa de que nossos melhores só começaram quando recebi suas violetas.
Enquanto isso, as minhocas-residentes da minha cabeça só planejam o próximo encontro, sobretudo, aquele definitivo.
Depois da ultima primavera confesso que apertei mais um botão. O de casar com você.

MLJ


"Voltei pra casa e disse adeus pra tudo que eu conquistei
Mil coisas eu deixei
Só pra te falar
Largo tudo
Se a gente se casar domingo
Na praia, no sol, no mar
Ou num navio a navegar
Num avião a decolar
Indo sem data pra voltar
Toda de branco no altar
Quem vai sorrir?
Quem vai chorar?
Ave Maria, sei que há
Uma história pra sonhar
Pra sonhar"

Marcelo Jeneci- Pra Sonhar

3 comentários:

Graça Lacerda disse...

Olá, minha linda!
Volto para um convite. Mas antes, quero dizer:
-o último botão que apertaste emocionou-me, sabia? Foi o mais bonito botão. Parabéns!
Que lindo texto!

O convite que te trago é para conhecer mais de perto meu Projeto Lexicoterapia - Adormecer e Acordar Palavras. Esse projeto já foi implantado por professores, ONGS, psicólogos, e vc como psicóloga que é, não gostaria de inteirar-se dele???

Se desejar, é só ver os Botões de Madrepérola, que a postagem agora está completa.
Um beijo, Mônica, e felicidades a vc e Júlio, ok?

ALFA Brazilian Miniatures disse...

Oi M.,

... quem sou eu para a voz da verdade?
...quem sou eu para dizer do certo e do errado? ...eu que já errei!

...mas justamente por isso aprendi que não há senhor do tempo! Descobri que o que temos, sempre, é o aqui-agora. Brincamos (todos nós seres humanos) de planos, de metas, de isso de aquilo... mas, o que virá é incerto, mesmo o que é planejado. Estão aí os homens, personagens de nossa história contemporânea para endossar isso.
Nos idos de 70, quem diria que Kadafi acabaria assim? Que os EUA teria um presidente negro, como até mesmo um filme americano satirizou (De volta par o Futuro)!
Falar do amanhã são como previsões meteorológicas.
Aprendi viver o hoje, com fé no amanhã e grato pelo passado. Muitissimo grato pelo presente. Tempo de vida não é como dinheiro. Nâo se acumula... vantagem? é preciso sabedoria e quando esta passa a existir entendemos que não há vantagem para ser tirada. A vantagem é: viver.
Toda riqueza de nada valeu para muitos que estavam no Titanic, ou no World Trade Center. Numa semantica esquisita, não me valeria de nada estar com alquem somente porque é próximo, e não que isso me leve a aceitar estares longe. Mas...meço o teu valor.
Se nosso pais hoje fosse assolado por uma guerra... fossemos devastados...enfim, beirassemos o fim de nosso mundo... eu, em algum escombro subumbiria certo de haver vivido o amor.
Ja não me importam quantos dias de minha vida vivi no interruptor errado, porque quando apertastes o teu botão acendestes a minha luz.
Não sei quantos dias de vida terei...e que todos sejam ao lado teu, mas cada dia dia de vida que tenho, com voce, tem o valor do enrriquecimento de uma vida.
Não é preciso que te mudes... nem o desejo. Desejo é completude, cumplicidade, fé, verdade, virtude. Desejo tua parceria... que pautemos discussões e diferenças e juntos sempre tenhamos as respostas, em que o merito é sempre nosso, pois não estamos juntos para vitórias individuais. Nâo,...não eu...nunca. Como creio que também não voce.
Somos aqueles dois, que formam uma dupla que vira um, paradoxalmente. E que só assim funciona, porque se formos 2 a sermos 2... jamais teremos o poder de um.
Não me importam as 'casas'. És meu tabuleiro.
Que teus anseios sempre encontrem o regojizo na serenidade do 'meu campo' (de centeio).
ETA
JLM
...e que venham muitas primaveras

Sentimentalidades-Todas disse...

Como gosto de jogos de tabuleiro!
ETA
MLJ