domingo, 16 de dezembro de 2007

Reavaliando as amarras

Nesta semana, mas uma vez me permitir, a muito custo, confessar o inconfessável. Contactar com o que mais me desestabiliza...
Eu estava lá na sala-útero, diante de um olhar capaz de ler minhas entranhas e os segredos que mantenho de mim mesma. Diante da clareza que o outro lança sobre mim, não pude negar que o caminhar só não anda tão sozinho assim. E o tiro de misericórdia ficou por minha conta. Será que realmente estou me desamarrando do passado ou tudo isso nada mais é do que uma forma sutil e escamoteada de permanecer engedrada num conjunto de mentiras que só me fizeram sofrer?

Eu te peço socorro, Mônica. Dai-me discernimento e tolerância a dor para, em definitivo, me desfazer do que não me cabe mais.

Parece-me que não atribuo relevância ao que de mais complexo há na minha existência. Só exagero ou lanço aumento sobre o que suporto resolver. Mas não quero achar que mais uma vez me deixei enganar por esse funcionamento capenga. Eu só preciso de um tanto assim de compreensão do que me escapa os sentidos. Só um pouco de clareza sobre o nós que fomos um dia já garantiria minha sanidade.
Meu doce devaneio é apenas querer que ele deixe de existir por onde me refugiu, me anunciu. Mas sei bem que isso nunca acontecerá... até eu atuar firmemente para tal. Mesmo exercicitando a auto-leitura, o pesar não tem me abandonado. A dor quase sempre foi meu caminho preferido para o desenvolvimento...
Aos que não me acompanham nos ir e vir de mim. Não me lêm com a precisão que também me falta. Explico:
Esbravejo aqui minha urgência em não ser mais sua presa, Passado. Da urgência de novamente ser feliz e livre para o reencontro com a mansidão, completude ou qualquer coisa assim. De não ser mais um joguete nas mãos de quem não amo. De me desamarrar do que me aprisiona, me envergonha, me humilha. Humilhou.

Quero traçar um mapa dos passos que dei para me perder em ti. Não vou dá-los novamente. Quero vigiar - e por que não orar? - para entender as escolhas que brotam em mim. Só assim, terei feito o dever de casa. Aprenderei a dizer não aos meus fantasmas e as relações que eles tendem a buscar. Não quero mais voltar a este lugar que luto por deixar agora. Nem com você, nem com niguém. Quero deixar tudo num futuro passado longíquo. Sou mesmo de muitos quereres.

É porque saber o que causa o meu adoecimento me dá maiores chances de cura. Este é o processo de retomada de mim. Meu empoderamento. Eu nunca disse que seria fácil ou prescindia de retraimentos.... seguindos de expansões.



Letrinha do dia: " Eu quero a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida. Nós na batida no embalo da rede. Matando a sede na saliva...Ser teu pão ser tua comida, todo amor que houver nessa vida e algum trocado pra dá garantia... e algum veneno anti monotonia .. e algum remédio pra dá alegria..."
Em homenagem a uma amiga querida que também me disse desejar uma certa tranquilidade pra tentar ser feliz!!!
Força Mazane!

6 comentários:

Unknown disse...

Nossa que texto denso, profundo, como um grito de socorro. Te senti presa, mas solta as amarras de ti, deixa-te fluir, permita-se a tranquilidade da qual tua amiga te falou.

A paciencia para aceitar a si mesma, os proprios erros e limitacoes eh um passo para o auto-controle, para o auto-conhecimento.

Estas comecando esta bela jornada em busca de ti. Estas chegando, mas ainda faltam grandes passos.

Abracos.

Kiara Guedes disse...

Viver é tão bom que dó! rs
Bjs

Sentimentalidades-Todas disse...

Ultraviolet:

e como sei que ainda estou longe do desejado, do merecido...
mas tb fico satisfeita com meus pequenos progressos. não reconhece-los seria me boicotar. Bem sei da tal tranquilidade que me falaste, e que ainda não possuo...

bjos!!!!

Kiara Guedes...

Menina, Oh se doi...
doi, mutila mas é bão de mais da conta... rsrsrs
obrigada pela visita!!!

Paulo disse...

Feliz Natal!!!
Deixei uma mensagem gravada no meu blog pra ti!
Beijos!

Mazane disse...

Ai amiga inventei de ler o teu blog bem no finalzinho do ano, fiquei super emocionada, uma vontade de chorar só não o fiz porque ia ser difícil pra parar depois adorei teus textos são profundos e verdadeiros, daqui a pouco terei uma amiga concorrendo com a Mharta Medeiros e a Lygia, que chique. Aqui se apresenta uma leitora assídua. beijos!

Anônimo disse...

Nossa Monica, lindas palavras... no fundo todas nós mulheres passamos por momentos de "confessar o inconfessável..."

beijos GRANDE dessa sua leitora.