terça-feira, 6 de abril de 2010

Sentidos

Diga que fui eu a descobridora disso que te particulariza aos meus ouvidos, arfante chave das minhas palpitações.

Eu escuto e com ouvidos quase posso te contemplar. Meus sentidos têm sido reinventados após sua chegada. É o que posso dizer quando o ar me falta porquê tua voz teima em roubá-lo dos meus pulmões.

O que meu desejo quer, meus olhos não podem me dar. Mas seus ais vão me servindo de alento.

E quero descobrir além. Guardar na minha coleção de instantes todo o eriçar dos pêlos com a chegada do gozo. Presenciar o dado instante em que seus gemidos, que me fazem adormecer as mãos, flertam com um quase-choro. E chorar de prazer, Meu Bem, é ascender; ganhar um outro existir.

Mesmo sendo espreitada por meus fantasmas e limitações, depois de enfim te comer com os olhos, eu ariscaria três segundos de eternidade num abraço, para te acolher depois da guerra. A boa guerra.

...A ligação caiu. Também bateram à porta. Mas tarde tentamos novamente. E vou criando um "e se.."

2 comentários:

Márcio Ahimsa disse...

às vezes, interrupções são apenas um entremeio para o desvelo que virá...

Beijo.

Mazane disse...

E se é o que mata...