terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Negro [vermelho, branco, azul...] amor


Tal qual meu amigo Andrôgino, também sou seduzida por meus ouvidos; olhos. Posso me definir como uma mulher audiovisualmente avassalada pelos que materializam os meus desejos.

Se você veio novamente aqui para me desvendar mais um tanto, fique contente em se reconhecer nas minhas linhas. É certo que me acarinhastes algumas intenções por uma de minhas janelas da alma. Vozes ao escuro, à luz da minha imaginação, sempre me arrancam da vida tacanha e me fazer redescobrir possibilidades amanhã, talvéz... Me parece ter acontecido isso quando o contato findou. E o contato parece que só se inicia. Foi esse o acordo tácito.

Exageradamente declarei que no amor e na guerra, tudo é permitido. Nem eu acredite na minha canastrice. Não sou tão determinada assim. Nunca tenho tanta clareza de quem eu quero - e por que quero - até ter certeza de que perdi. Preciso reparar e admitir diante dele, publico diário e querido, que ética e empatia jamais serão prescindivéis. Seja na guerra ou no amor.

Talvéz por isso pronuncio, quase em reza, que não faço (farei) o que não quero que façam comigo. Não bato (baterei) portas ou telefones no verbo de ninguém. Não nego (negarei) meu interesse, ou a falta dele. Não mais. E não muitas outras coisas. Não para outras que descobrir nesses últimos cinco meses de introspecção. Isso?! Ah, isso muito, muito e sempre, até quando me faça brilhar os olhos como tudo que é novo. Você tem pra me dar?

Tudo isso veio como um estampido que não se pode escolher escutar ou ser visitada na entranhas. A conversa interrompida por nossos Protagonistas Juvenis, deixou as idéias em suspensão. Silenciosamente te questionei. Será mesmo que só as mulheres fortes e decididas do meu Andrôgino são capazes de dicotomizar (e se porteger da eminente ameaça do amor moderno) prazer de dor, carne da trancendência? E se a Fragilidade não for tão necessitada de vínculos estáveis, se no fundo o quiser por mero desejo antropofágico de possuir seu poder?

E agora, Andro? Quem estará seguro de seus desejos? Que poderá pagar o preço por seus pecados? Quem é A forte, O ético ou a Fragil? De quem afinal é a escalda nas paredes do seu ser?

No meu mundo aparentemente integrado, onde por hora não possuo o que decantar, passeio pelo desejo e fantasia de estar aqui, lugar alcançado por minhas vitórias e derrotas, e o lá, onde quase todos os Caros mergulham-se numa existência atribuladamente prazerosa.


Na dúvida, levantar âncora e permitir-me estar à deriva pareceu-me a melhor saída. Quem sabe o mar se encarrga de me levar para onde minha bússula não pode apontar.



Letrinha do dia: "As pedras do caminho deixe para trás. Esqueça os mortos que eles não levantam mais. O vagabundo esmola pela rua. Vestindo a mesma roupa que foi sua. Risque outro fósforo, outra vida, outra luz, outra cor. E não tem mais nada negro amor".



Para recordar, Clecianinho. Só para quem sabe usar o diafragma.

2 comentários:

Anônimo disse...

Bom dia, boa tarde, boa noite dona moça anjo e ainda por cima é misteriosa!! :) tenha uma ótima semana. Um beijo... "Carlos_28"

Sentimentalidades-Todas disse...

Queridissimo sr-dos-apelidos:
Fico linsojeada com sua visita....
Muito me honra ter tido o poder de te trazer - de alguma forma - para este meu universo paralelo.
Sempre que quiser, pode "ressoar"

Não suma!
Abraços!!!

p.s: vc tem certeza de sou eu a misteriosa?