
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
O beijo que não dei

domingo, 24 de fevereiro de 2008
Extras

O fim-de-semana foi de tranquiliadade aparente. Mais exercícios de elevação espiritual, para não brigar com filho, família e mundo. Mais e mais reflexões existenciais. De onde vim? Para onde vou??? Com que roupa devo estar qaundo chegar lá? Lá onde, mesmo?Confusões mentais a parte, sem dúvida, os dias de folga foram para acarinhar minha retina, tão negligenciada ultimamente. É, cinema é um quase-gozo.Para mim, os extras de um filme, um bom filme, é como os segundos que antecedem a descoberta do presente, por de trás de um belíssimo e instigante embrulho. Ruim mesmo é quando a crítica de cinema meia-boca que me habita considera o filme indicado ao oscar, e ele não tem extras.... Pelo amor de Deus. Filme necessita de uma nota de rodapé, de um blablabla do elenco, uma intervenção do diretor, mesmo que ele seja o louco do M. Night Shyamalan - ele sempre me inquieta, seja de raiva ou me deixando com cara de débil mental, mas que ele parece louco, isso parece. E justo neste final de semana descobrir que só gostei dos filmes que vi, só lhes rendir reverência e credibilidade depois de ter devassado seus extras. Os filmes foram "Memórias de uma gueixa", de Rob Marshall e "Os sonhadores", de Bernardo Bertolucci. Vamos a eles.
Se você proucura um filme cult japonês, não veja "Memórias...". Nem de longe, de muito longe mesmo, ele lembra o último que citei aqui, "O livro de cabeceira". Mas para uma produção americana - não consigo conter por muito tempo meu ranço pelo cinema ameircano - ela sem dúvida é espetacular. Os caras podem mesmo gastar dinheiro, até por que Spilberg-midas é o produtor, e vocês sabem: dinheiro faz [muito mais] dinheiro. Além da maquiagem, cabelos e o clima das décadas de 30 e 40, o que mais me impressionou foi saber um pouco mais dos quimonos que as gueixas usavam. As gueixas, que na verdade eram artistas versadas em dança e música, além de estudadrem para serem bons entretenimento aos homens, quanto mais prestigio tinham, mas camadas de vestes elas usavam. Me lembrei de uma amiga que está no Japão e o registro que fez em seu blog sobre sua experiência em usar quimono. Como a pobre deve ter sofrido para ficar linda. Você sabia que as gueixas demoram até 1 hora para botar todas as peças de um quimono? E que elas, com o passar do tempo, mudam a cor do colarinho, de branco para vermelho, como sinal de experiência?
Por outro lado, o filme do Bertolucci é mais denso, excitante e muito feliz ao situar a trama, um romance entre três jovens, em meio a um conflito político, cultura e ideológico na Paris de 1968. Ouvir um Je t'aime e outros tantos biquinhos, ao meu ver[ e ouvidos], já vale um cineminha, ainda mais quando a direção é impecável, os atores - que eu não me lembro de tê-los vistos mais gostosos - excepcionais e verossímel e a fotografia é fenomenal.Bons dias que virão para mim e para você.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
Silêncio
As minhas palavras são silêncio. Eu grito, juro, mas não posso ser ouvida.terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Livro de Cabeceira
Finalmente me permiti rever este belíssimo filme. Lembro que ao descobrí-lo há quase 12 anos ele me hipnotizou e enebriou como poucos, por sua fotografia, luzes e principalmente, pela dança do punho de Nakigo ao escrever com negra tinta os corpos de seus amantes. Com certa vergonha, devo reconhecer que se não fosse a insistencia do dono desse disco em discutirmos nossas percepções da obra, eu teria demorado mais algumas semanas até dar a minhas retinas tanta beleza.
sábado, 16 de fevereiro de 2008
Bendita
Bendita as coisas que eu ainda não sei.....Os lugares que ainda não fui.........
Os amores que ainda não amei.....
Bendita é a vida que, às vezes juro que é madrasta, mas quando dobro a esquina, percebo que a topada que dei foi só para me deixar mais atenta à sorte que veio do chão... de onde não espero... de onde minha intuição gritava.
domingo, 10 de fevereiro de 2008
Chegada
sábado, 9 de fevereiro de 2008
Milágrimas
Hoje, inesperadamente, recebi lindo e sutil mimo de uma pessoa que já me é tão cara, diria mesmo que foi uma das mais agradáveis descobertas de 2007. quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
Vida real

Mas os olhos, hoje, se vão desapontados.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
Ressaca
Você é mesmo capaz de sacar quando meteu os dois pés numa gigantesca jaca????? Se de um lado - e tenho clareza quanto a isso - eu peco por fazer as perguntas erradas, por construir enormes fossos entre eu e um terceiro, quarto..., noutro estou para ser crucificada - por mim mesma, o que é o pior - por me expor em demasia. Me expôr a os olhos que geralmente não me veêm. E que perigo é poder ver de perto tudo que sou, belezas, defeitos, meu poder de transformação, minha plasticidade. Eu mesma ainda me acustumo com tudo o que me transformo a cada novo dia.
E agora??????
Perdir o espaço que o outro nem sabia q tinha me dado [Ou foi eu que tomei esse terreno? Ou pior, só eu achei que o tinha?] Achei toda a vergonha que a auto-censura pode nos dar. Se sonhar é só o que se quer, por que essa maldita mania de deixar o impulso atropelar a razão? Me conhecendo, sei que está longe o dia que eu possa ser menos passional.
Passada algumas horas desde meu delírio, tenho a sensação que só um amargor na boca me acompanha . De certo não foi a embriaguez que o deixou em mim. Ele é o fruto daquela flexa certeira que chamamos de ressaca moral, que anda querendo desestabilizar minhas idéias, meu amor próprio. E eu disse a ela: Me deixa trabalhar ou te exporei em praça pública, te anunciarei em toda tua inconsistência para te zombarem. Como prometido, eis aqui minha vingança. Dane-se agora ressaca [a]moral!
Vou inaugurar um novo momento por aqui, o chamarei de "suportando ser feliz". Vou me assumir desejosa e incompleta e exploda-se quem não suportar receber isso. Explado-se eu também quando não podor mais lutar contra as coisas que me escapam a razão. Ah chega de "razão" nesse mundo Meu. Chega de grandes teorias de auto-conhecimento. A saída vai ser uma sáida rápida para ser feliz.
sábado, 2 de fevereiro de 2008
Sem Vergonha¹ de querer mais e melhor
Depois de uma noite em alerta pela cria, em meio a termômetro e antigripal, curto uma baita dor de cabeça. Piada infâme: Isso me faz lembrar que ainda tenho cabeça. Mas para o que? Para quem?Estou a serviço do outro e para o outro. Filho, amigos, quem amo. Sentidos, os ouvidos, o olhar, o raciocinio.Testo limites, meus 'pré-conceitos', minhas ilusões, acima de tudo, minha esperança num dia melhor para todos nós, onde menos fome, menos ódio, menos violência será sim possível. Utopias à parte, partidarismos longe de mim. E o servir tem me libertado.
Entendo cada vez mais por que estive numa mobilização por um dia melhor, indefinido ou quantitativo. E transformei e fui transformada, quando só, mergulhada num mar de gente, de patrimônio histórico cultural que me orgulha, de liberdade de não ter vergonha de se ser o que é - e se quer. Arco-íris em cetim, atabaques, foices e espelho de Vênus se uniram para celebrar nossas diferenças e necessidades. Elas nos unem e só tolos podem achar que isso nos opõe.
Fico feliz e orgulhosa de poder levar um pouco mas de liberdade aos olhares que me cercam e nunca foram à Zona. Lá também tem beleza, tem arte, tem sonhos e amores, mesmo que ainda haja fome, doenças, roubo e morte. Como no resto do pais aqui também notícias, pessoas e boas idéias não vendem jornal e nem saem na primeira página. Te proponho que conheças o que nós, os ditos cidadãos de bem, abastados ou de classe média, situados muito longe da linha da pobreza, não precisamos vivenciar todos os dias. Permita-se sentir ou pensar como é viver sob algum estigma. Puta, pobre, viado. Preto, mulher, operário. Veja de perto as zonas que existem no país, em nosso interior. Sinta e repense o que podemos fazer pelo outro, e por tabela, por nós.
E ai, eu não receber há 3 meses, ainda não poder comprar minha casa, carro ou viajar para ver a neve, fica pequeno diante das conquistas pessoais, da elevação espiritual. Ainda não posso considerar o dinheiro como elemento dispensável na minha vida. Ele me capacitará e criará novas possibilidades de transformações e mim e onde me insiro. Mas por tudo isso que é lutar no Terceiro Setor, a espera pelo meu quinhão deixa de ser revoltosa ou insuportável.